quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Em homenagem a Cassius Marcellus Clay ( Muhammad Ali )

“ Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis"...Nestas palavras de Bertold Brecht, começo esta coluna para uma pequena homenagem ao Sr Cassius Marcellus Clay, um dos maiores esportistas do século que completou 70 anos em 17 de janeiro de 2012.

A “luta” do texto de Brecht, no sentido da palavra não é exatamente a mesma do Sr Clay. Assim como a luta de Cassius Clay, não se resume somente aquela dos ringues. Ele foi um esportista além das fronteiras do boxe, extremamente politizado, que ousou defender o direito dos negros americanos nos anos 60, ato de coragem para a época, num mundo de grandes transformações..

Com seu carisma, técnica e confiança, conquistou inúmeros fãs de diversos segmentos que até então nunca haviam prestado atenção ao boxe. Provavelmente, seja o primeiro esportista a aliar política e marketing para promover o esporte, suas idéias e posições políticas.

Tem em seu cartel, 61 lutas com 56 vitórias, números impressionantes. Ainda jovem venceu os Jogos Olímpicos de 1960. Foi campeão dos peso pesados pela primeira vez em 1964. Perdeu o título em 1967, por recusar-se a ir à guerra do Vietnã. E dizia: “Nenhum vietcongue me chamou de crioulo, porque eu lutaria contra ele ?", demonstrando toda a incoerência da guerra.

Quando estava no auge, foi impedido de permanecer numa lanchonete nos EUA, país em que defendia, por ser um local “destinado somente para brancos”, episódio que segundo dizem historiadores, fez com que jogasse num rio, sua medalha de ouro conquistada nos jogos.


Converteu-se ao Islamismo em 1973, mudando de nome para Muhammad Ali-Haj.

Muhammad Ali, ousou, provocou adversários com humor e inteligência. Além disto era elegante, sofisticado, militante, carismático. Tanto que jamais houve alguém como ele. Para uma idéia, verifique vídeos da chamada “luta do século” com George Foreman, no Zaire, África em 1974. Ele utilizou todo seu conhecimento da cultura local, para se colocar como o lutador da África, enquanto Foreman ficou como símbolo da alienação negra americana.

Ali foi eleito em 1999 pela revista “Sports Illustrated” o esportista do século. É uma das maiores personalidades vivas do século XX, ao lado de outras personalidades. Atualmente, luta contra o mal de Parkinson.


* Como uma pequena amostra da sua influencia por aqui é a canção “Cassius Marcello Clay” de Jorge Ben (Jor) de 1969 - (link abaixo):



A luta do século no Zaire (África), contra George Foreman (1974) 


http://www.youtube.com/watch?v=XGukWJPtA_c


Cassius Clay x Sonny Liston -  trechos (1964)


http://www.youtube.com/watch?v=5qTCSQfqf4s&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=WBRQ1dCCoj8&feature=related

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