terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Estas pessoas na sala de jantar...

Ela havia chegado antes do horário marcado e aproveitou para escolher uma mesa ao fundo daquele salão, ainda vazio, devido ao horário, pouco antes das nove da noite. Algumas plantas do lado direito, janelas grandes ajudavam na circulação de ar, os garçons observavam sua caminhada até o local indicado. Um música ambiente bastante agradável, dava uma sensação de paz e tranquilidade.

Nada mais do que dez minutos e eles chegaram. Falantes, sorridentes, passos barulhentos naquele salão ainda vazio. Do fundo, ela apenas observava a aproximação dos dois e ria. Sentaram-se a mesa e animadamente conversavam, visto que não se viam há uns cinco anos. Lembrou que os havia conhecido numa viagem de carnaval para Ouro Preto, época em que ainda eram funcionários de uma instituição bancária. Sua colega havia sido transferida para o Rio e o rapaz mudara de profissão. Tornou-se barman em um cidade litorânea e de lá não quis mais saber de morar em grandes metrópoles.

Intimamente sempre houve interesse dela em se relacionar com aquele rapaz, mas entre desencontros e falta de oportunidades, ficaram amigos. E enquanto falavam, algo a incomodava. Aquele celular que não saia das mãos e que de tempos em tempos, ele "se ausentava" do bate-papo para responder algo. Ora torpedo, recados na rede social, sinal disto, daquilo. Isso uma...duas ...três ...algumas vezes parecia que só havia duas pessoas na mesa, tamanho era a "distância" em que ficavam.

Olhava aquilo com agonia, mas confiando no bom senso, pensava:..."Uma hora vai parar..!". E assim foi...uma conversa interrompida ali, uma mensagem aqui, um outro contato ali...depois de meia hora, o cara simplesmente pediu para ir ao banheiro e lá ficou por aproximadamente quinze minutos. Cansou, pediu desculpas a amiga, levantou-se e foi ao caixa e foi embora. A amiga, sentada à mesa, assistia aquilo atônita, sem entender muito o que estava ocorrendo. Mais três minutos e o rapaz voltou. Sentou e ficou batendo papo com a colega que restara por mais alguns minutos, ainda com o tal celular na mão e perguntou: "Onde ela está?". Foi embora..respondeu sem graça. "Nossa, as pessoas estão tão distantes e impacientes. Olha aí...acabei de perder esta fase. Mas, me diga..qual era mesmo o nome dela ?"
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