quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Um conto aos que gostam de dormir bastante...

Todo dia pela manhã dois animais me fazem “compania”. Não sei porque cargas d’água têm tanto apreço por minha pessoa. O "macaco e o bode" são animais muito importantes para a natureza. O macaco por suas travessuras e acrobacias nas florestas tropicais brasileiras e também lá em casa todas as manhãs. Engraçado que um animal simpático, que normalmente tem uma inteligência fora do comum, fica pulando na minha cabeça as 05:30 h da manhã e tentando me animar, mas não me provoca a menor graça. Ao menos nos primeiros minutos. Por que será?
Acho que os “humanos” andam com senso de humor muito abaixo da média, os quais, às vezes me incluo. O “bicho” tenta me animar, mas pra falar a verdade tenho vontade de jogá-lo pela janela. Talvez ele faça isso porque sabe que a vida humana é cheia de responsabilidades. É cartão de crédito, IPTU, IPVA, taxa do lixo, convênio, condomínio, energia elétrica e outras coisas que mesmo com inflação baixa, como nunca se viu antes neste país, nunca baixam de preço.

“Ele” não, come muitas bananas pratas, maças, nanicas saborosas, pula nos galhos das árvores e não tem que pagar nenhum imposto por isso. É uma alegria só. Acho que nos tempos remotos, quando o homem era mais “parecido” com eles (segundo o que dizem cientistas e antropólogos), era um pouco mais feliz.

O “bode” é um caso mais grave, um bicho insistente. Algumas vezes, chega sem pedir licença na hora “daqueles” programas jornalísticos de domingo as 20h, “naquelas emissoras" já conhecidas. Engraçado é que a porta sempre tá fechada, mas ele entra, não sei qual é a mágica. Esse aí, não tem graça nenhuma, até porque seu “design“ (pesado, peludo, feioso) não lhe permite muita elegância. Mas ele sabe como ninguém ficar ao pé da cama esperando com que acorde. Lá no sertão longínquo, dizem que quando ele empaca é fogo.. Não sai do lugar!  Ele fica com aqueles olhos esbugalhados na minha direção e internamente sinto que ele tá rindo da minha cara e pensando. Tá vendo, sou feio mas sou feliz, durmo o hora que quiser sem restrições....e dá risada....só que a cara continua séria. 

Aí quando acordo e ponho os pés no chão, a corda tá na canela com um nó difícil de desatar..Como ainda estou sonolento, primeiro é a dificuldade de encontrar o despertador que fica ao lado e sempre acaba caindo no chão. Depois vou batendo pelas paredes, inclua também os dedos do pé, até encontrar o banheiro. Ao menos ele me respeita, fecho a porta e a cordinha fica por baixo e ele lá fora. Pelo menos nessa hora, né?  “A visão começa a ficar melhor, saio da sonho para a realidade e acordo de verdade, somente  após uns 10 minutos de chuveiro...Ah, lembrei..hoje é dia de pagar o condomínio e não posso me atrasar..
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* Para tirar o sono, tão bom quanto um café é essa canção do FOCUS:
http://www.youtube.com/watch?v=g4ouPGGLI6Q
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Sugestões, comentários, escreva: ogfilho@gmail.com
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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Em homenagem a Cassius Marcellus Clay ( Muhammad Ali )

“ Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis"...Nestas palavras de Bertold Brecht, começo esta coluna para uma pequena homenagem ao Sr Cassius Marcellus Clay, um dos maiores esportistas do século que completou 70 anos em 17 de janeiro de 2012.

A “luta” do texto de Brecht, no sentido da palavra não é exatamente a mesma do Sr Clay. Assim como a luta de Cassius Clay, não se resume somente aquela dos ringues. Ele foi um esportista além das fronteiras do boxe, extremamente politizado, que ousou defender o direito dos negros americanos nos anos 60, ato de coragem para a época, num mundo de grandes transformações..

Com seu carisma, técnica e confiança, conquistou inúmeros fãs de diversos segmentos que até então nunca haviam prestado atenção ao boxe. Provavelmente, seja o primeiro esportista a aliar política e marketing para promover o esporte, suas idéias e posições políticas.

Tem em seu cartel, 61 lutas com 56 vitórias, números impressionantes. Ainda jovem venceu os Jogos Olímpicos de 1960. Foi campeão dos peso pesados pela primeira vez em 1964. Perdeu o título em 1967, por recusar-se a ir à guerra do Vietnã. E dizia: “Nenhum vietcongue me chamou de crioulo, porque eu lutaria contra ele ?", demonstrando toda a incoerência da guerra.

Quando estava no auge, foi impedido de permanecer numa lanchonete nos EUA, país em que defendia, por ser um local “destinado somente para brancos”, episódio que segundo dizem historiadores, fez com que jogasse num rio, sua medalha de ouro conquistada nos jogos.


Converteu-se ao Islamismo em 1973, mudando de nome para Muhammad Ali-Haj.

Muhammad Ali, ousou, provocou adversários com humor e inteligência. Além disto era elegante, sofisticado, militante, carismático. Tanto que jamais houve alguém como ele. Para uma idéia, verifique vídeos da chamada “luta do século” com George Foreman, no Zaire, África em 1974. Ele utilizou todo seu conhecimento da cultura local, para se colocar como o lutador da África, enquanto Foreman ficou como símbolo da alienação negra americana.

Ali foi eleito em 1999 pela revista “Sports Illustrated” o esportista do século. É uma das maiores personalidades vivas do século XX, ao lado de outras personalidades. Atualmente, luta contra o mal de Parkinson.


* Como uma pequena amostra da sua influencia por aqui é a canção “Cassius Marcello Clay” de Jorge Ben (Jor) de 1969 - (link abaixo):



A luta do século no Zaire (África), contra George Foreman (1974) 


http://www.youtube.com/watch?v=XGukWJPtA_c


Cassius Clay x Sonny Liston -  trechos (1964)


http://www.youtube.com/watch?v=5qTCSQfqf4s&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=WBRQ1dCCoj8&feature=related