quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Leve-a com você !

Tocou a campainha e uma senhora veio atendê-lo. Boa noite! O Sr.Miguel está?” Sim...pode entrar. Subiu por uma escada lateral da casa e entrou numa sala pequena. Havia um sofá ao lado da porta e outra porta, num dos cantos. Uma mesa com uma toalha de seda, com um vaso de cerâmica azul e uma rosa branca. Ficou ali esperando pacientemente, até que ouviu chamá-lo daquela porta entreaberta. Entrou. Um senhor de mais ou menos 60 anos e roupa clara estendeu-lhe a mão e pediu para fechar os olhos. Levou pelos braços até uma cadeira parecida com uma espreguiçadeira e disse em voz baixa, quase sussurrando: “Sente-se!” 

Ainda de olhos “quase fechados", percebia uma luz branca acesa bem fraquinha. Encostada na parede, uma mesa com algumas imagens que não conseguia distinguir por conta da pouca claridade. Um livro que parecia uma bíblia ao centro, um castiçal ao fundo, algumas pedras entre os objetos. “Relaxe e escute a música..” Era uma sinfonia. Não sabia quem era o autor e resolveu apenas escutá-la sem a obrigação de descobrir. Foi relaxando, deixando-se envolver por aquela música suave. Aquele senhor, perguntou seu nome e começou a lhe contar histórias com a voz muito baixa. Quase não se ouvia, porque a música, que estava em volume também baixíssimo confundia-se com a sua voz. Contou que quando tinha uns nove anos, corria com os amigos num matagal próximo da sua casa no interior de Minas Gerais, em brincadeiras daquelas típicas de corrida. Isso havia se passado lá pelos anos 60, tempos em que a violência não era tão exacerbada quanto hoje. E numa destas brincadeiras, deparou-se com uma cena. Um homem, com uma roupa clara, quase sentado no chão, de costas para ele. Umas velas acesas, objetos no chão que não sabia o que era, pois o homem fazia uma parede entre a sua visão  e os tais objetos. Como era criança, parou e ficou observando o que aquele homem fazia ali, “protegido” por uma distância de aproximadamente trinta metros. Não havia nenhum arbusto para se esconder e estava ali, em pé, apenas observando sem entender muito. Não passaram mais do que trinta segundos. Aquela pessoa calmamente foi virando o corpo para trás como num filme de câmera lenta, bem devagar. Sentiu um vento soprar as árvores em volta dele e antes que o campo de visão daquele homem virasse completamente e ficasse de frente, não teve dúvidas. Saiu em disparada, vendo somente de canto de olho que ele havia virado por completo. Nesse momento, Emiliano quase caiu da espreguiçadeira e o senhor o socorreu. “Você está bem?” “Sim....estava sonhando”. O homem então lhe disse: “Fique em paz”, Tranqüilize-se." E por aí, não acredite em tudo o que vê, nem faça julgamentos precipitados. Às vezes, avaliamos as coisas, apenas por impressões, sem saber o que aquilo quer dizer, ou o que significa. Ouça, confie na intuição. Respire...Por hoje, terminamos, pode ir pra casa. Na outra semana retorne. Saiu da sala e desceu as escadas. No portão, aquela mesma senhora que havia lhe recebido na chegada, lhe deu a rosa branca e disse: “Leve-a com você !”...
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domingo, 1 de setembro de 2013

Quando menos se espera...

O ônibus surgiu rapidamente na curva e ele deu o sinal. O motorista, cansado da rotina do dia, pisou no freio, mas devido a velocidade um pouco acima do normal, parou alguns metros após o ponto, provocando reclamações nos passageiros que esperavam pacientemente. Pensou em pegar o próximo. “Ah, vai este mesmo!” Assim entrou no veículo, fone no ouvido, disperso ao que acontecia. Procurou uma poltrona somente por hábito, visto que naquele horário dificilmente encontraria um lugar vago. Uns iam para casa, outros para a escola, alguns dormiam encostados na janela. Aqueles que dormiam, de tanto cansaço acumulado e de vez em quando batiam a cabeça levemente no vidro, a cada arrancada brusca do condutor com cara de poucos amigos ou nas lombadas que insistia em passar um pouco acima da velocidade. Tirou um livro da bolsa e percebeu que o passageiro em pé ao lado, interessou-se pela capa...”É aquele do George Orwell ?” “Ah sim...isso mesmo !” Respondeu, monossilábico. Na verdade, estava mais preocupado em não perder a parada que se aproximava. Nisto, mais uma vez, o condutor pisou no freio bruscamente levando ao “chão” do ônibus alguns dos passageiros. Uma senhora caiu, as bolsas dos estudantes foram parar no meio do corredor, alguns riam da situação e outros cobriam o motorista de “elogios impublicáveis". E o livro que estava não mão, foi parar quase na frente do veículo. “Gente, peguem pra mim, por favor!” Viu quando aquela moça de chapéu de coco preto esticou a mão e recolheu o livro do chão, olhou pra trás e perguntou: “É seu?” 

Era jovem, tinha uns vinte anos. Cabelos e olhos negros, profundos. Perdeu-se. Começou a bater papo, trocaram contatos, riu animadamente com as brincadeiras daquela garota simpática. Os passageiros mais próximos começaram também a prestar atenção naquela conversa animada. “Putz....perdi meu ponto !” Deu sinal e desceu uns quatro quarteirões a frente. Mas estava feliz, valeu a pena. Quando menos se espera é que as coisas acontecem...Ganhei uma grande amiga. 
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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O homem na montanha...

Havia acabado de descer na estação. Aquela neblina habitual começava a dar o ar da graça por cima das montanhas, dando o sinal de que poderia "tomar" o local a qualquer momento. Caminhou rapidamente pela rua principal, até o início da trilha sob o olhar desconfiado daquela senhora na janela, acostumada a ver tanta gente realizando o mesmo trajeto. Um cachorro latia aqui e outro ali, mas fora isso, era um silêncio que dava pra ouvir os próprios passos nas ruas de paralelepípedo. Lembrou-se da infância, de um primo que quando tinha oito anos, tinha uma imensa dificuldade em dizer aquela palavra (pa-ra-le-le-pi-pe-no) e riu sozinho. Em dez minutos, estava no meio do mato a caminhar com aqueles barulhos típicos de floresta. Um passarinho ali, um barulho de cachoeira aqui, um bicho rastejando sob as folhas que não dava pra ver o que era e...”vamos em frente!”..pensou. Quase duas horas de caminhada neste cenário e chegou ao topo da montanha. Eram quase 17:00 h. "A neblina atrasou, acho que dá pra continuar”. Tinha que realizar uma escolha, dormir ali, nas alturas pra continuar no dia seguinte ou tentar descer a montanha. Equivocadamente, resolveu continuar. E é aquela coisa. Com natureza, não se brinca, não dá pra adivinhar. É preciso informações mínimas, seguras, que podem até não ser tão seguras assim em determinado momento, já que o homem não tem domínio sob as forças da natureza. Ele pode, no máximo ser um “parceiro” e trabalhar com elas. Além disto, torna-se necessário uma preparação mínima para poder encarar certos desafios. Começou a caminhar e em menos de trinta minutos, uma névoa “cobriu” completamente a trilha, deixando-o totalmente perdido. Não tinha aparelho de GPS, sinal de celular nem pensar. E o pior..estava sozinho. 

Tirou a lanterna da mochila e tentou iluminar o caminho. Não dava pra ver mais que um metro e meio e de vez em quando a trilha se dividia em três. E a temperatura, caía...caía um pouco mais. “Por enquanto dá pra agüentar”. Naquele cenário, caminhou por mais 10 minutos quando percebeu que o mato começou a fazer um “sanduíche” no caminho. Se você anda numa trilha consolidada, normalmente isso não ocorre. Isto era um sinal, estava perdido, no meio da neblina e num lugar cheio de precipícios. “E agora?” pensou. Parou, sentiu uma ponta de desespero subir pelo tronco e sentou no chão. Tomou um pouco de água, fechou os olhos, começou a refazer na memória todo aquele trajeto que havia realizado anteriormente em outros anos. Respirou profundamente por uns dez minutos e começou a rezar. Pediu aos que "habitavam" aquele ambiente para que lhe ajudassem e orientassem o caminho. Que estava ali e tinha um profundo respeito por tudo “aquilo” e assim como entrou,  gostaria de sair e chegar ao destino. Uma sensação de paz foi se aproximando e levantou. Olhou em volta, pensou um pouco mais e escolheu a trilha a direita. Andou devagar alguns passos pois sentia que era uma descida. Foi indo com cuidado e logo uma parte plana, surgiu à  frente. Neste momento, logo atrás da trilha, vindo de outro caminho, uma pessoa apareceu descendo rapidamente.
Não estava vestido com equipamentos de trilheiro. Uma mochila, improvisada nas costas, um chapéu, um pedaço de madeira como apoio nas mãos. Não hesitou em perguntar. “Amigo, tudo bem? Pode me auxiliar? Qual é o caminho correto aqui pra chegar ao acampamento? ” Só no intervalo destas palavras, o cara tinha dados uns dez passos e já se colocava a frente da trilha. Ele apenas olhou pra trás sem virar o corpo completamente. “A partir deste ponto, siga sempre ao lado direito que vai margeando a encosta da montanha nas duas bifurcações que encontrar". "Vá em frente que dá tempo, antes que escureça”. “Ah obrigado mesmo!”. Passou a acompanhá-lo a certa distância e tentou se aproximar. Aquele homem com quase cinqüenta anos andava tão rápido e era notório que conhecia a trilha. Tentou andar mais rápido pra acompanhá-lo, mas nunca conseguia diminuir muito a distância. Com a mochila pesada foi cansando. Mas nisso, havia se passado uns 10 minutos, tentando andar numa marcha igual ao “trilheiro” da sua frente. Desistiu. O cara sumiu no caminho. Um pouco mais a frente, a neblina se dissipou e caminhou por mais uma hora, até que chegou ao destino. No acampamento, tentou encontrá-lo para agradecer. Olhos por uns minutos em tudo aquilo. Ele não estava lá. Nunca mais o encontrou. “Obrigado amigo!”, disse em pensamento.
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* The man on the silver mountain - Ronnie J.Dio
( de forma casual, me lembrei desta bela canção para ilustrar)
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sábado, 10 de agosto de 2013

Extremismo dá cegueira ?

Atualmente, tenho evitado assistir televisão. Não porque seja contra o veículo, mas é pela quantidade de fatos, coisas absurdas e violentas que tomaram conta dos noticiários em geral. E ver isso em demasia, não faz muito bem pra ninguém. É sabido que a indústria da TV que sempre trabalhou pela audiência, por causa própria, por anunciantes em seus canais. Evidente, porque é uma empresa como outra qualquer, que precisa dar lucro e "vender uma boa imagem" que nem sempre é a realidade. Cabe o direito de escolha de cada um. Se antes, já não havia bons programas, de uns tempos para cá, pararam de investir ainda mais em uma mínima qualidade e assumiram de vez, a “banda podre” da coisa. E todos sabem por quê, ou deveriam saber. Não tenho a mínima pretensão de explicar, afinal somente os ilustres pastores das grandiosas instituições do Ptolomeu que aparecem nos canais por aí, "salvam, conduzem e iluminam". É só acompanhar os fatos e se tiver um raciocínio mínimo, "entenderá". E antes que algum "extremista religioso" reclame, quero dizer que não tenho nada contra os pastores de qualquer denominação e que em todos os campos de atividade da vida é assim...existem alguns honestos e outros nem tanto.

Na esteira destes temas absurdos, quero expor aqui um assunto que irrita bastante e que mais uma vez, pra variar...ocorreu. Os fanáticos do futebol que travam verdadeiras guerras. Brigam nas ruas, em estádios, nos pontos de ônibus, nas estações de trem, jogam bombas, sinalizadores, etc, etc. Existem até alguns deles que perdem o seu tempo em páginas de internet, somente para escrever asneiras e achincalhar pessoas que não “são da sua mesma bandeira”. Vide o caso da estação de trem em Porto Alegre - RS.

De 100% dos “honrados políticos brasileiros”, 101%, riem a toa com esse negócio de construção de estádio para a copa e acham estas "cenas" realmente espetaculares e saudável para o "negócio" deles, porque querem é que os “chucros organizados” continuem se enfrentando.Nas ruas, páginas de internet, no ponto de ônibus, metrô e etc. Assim, terão mais tranqüilidade pra continuar os generosas festas com dinheiro público” que essa copa vai proporcionar. Dinheiro que deveria ser usado em.........deixo pra você pensar. 

Alguns são presos até fora do país por realizar “peripécias” e os políticos vão ajudá-los, porque são “anjinhos e pessoas fraternas” que nunca fizeram mal a ninguém. São pessoas merecedoras do auxílio do estado e da rede “ogro". Porque isso dá audiência, mesmo que morram dois ou três. E claro, este país é uma maravilha, tudo funcionando bem, não tem muita coisa pra consertar. Temos emprego de sobra ! Está tudo uma beleza ! A aplicação da lei para os "fora da lei" é forte como um gelatina. A economia segue de vento em popa ! 

Não sou contra o futebol. Aliás, gosto bastante de um clube de S.Paulo porque fez parte da minha infância e gostar deste clube tem um significado particular. É um contexto vivido, pais, primos, amigos, etc. Além disto, é legal de praticar, de assistir, só não é a coisa mais importante da vida. O que não dá pra aceitar é que esse embate esportivo” saia do campo para a prática de “bizarrices” em torno de uma agremiação, que alguns idiotas acreditam ser a melhor para o mundo inteiro”. É isso em S.Paulo, Rio, Bolívia, Paraguai, Buenos Aires, etc, etc. Lembrei daquele filme do Bressane com um trocadilho...."Matou a família e foi ao.......estádio?"

Já pensou se os "extremistas de plantão" tivessem a mesma disposição para cobrar esse "pessoal bacana dos partidos" em Brasília das reais necessidades da cidade em que ele vive?

Será que um dia, investirão pesado em educação no Brasil ? Sei não...Tem um ditado popular que diz, “cada povo, tem o governo que merece?” Meu amigo Carleto, usa com certa regularidade esse "provérbio".Mas, contudo, sejamos otimistas, porque creio que sempre há possibilidade de mudança. Mas confesso que às vezes...Ah..hoje não verei o jornal.
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terça-feira, 23 de julho de 2013

* O dia em que conheci Jello Biafra !


"Conheci" Jello Biafra num encontro casual. Normalmente, penso que encontros do cotidiano com a característica de casualidade, sempre são interessantes, por uma razão simples. Com o espírito totalmente desarmado, as coisas se encaixam mais tranquilamente. Afinal é sabido que ir contra a natureza é algo que geralmente não traz bons resultados em todos os aspectos. Algumas pessoas que não tem muita noção disto e acabam por fazer coisas que vão contra estes importantes princípios. E fazer algo que é contra as leis naturais, ou que sejam as suas “leis naturais”, sempre pode dar grandes problemas.

O dia em que o conheci este “senhor” morava nos confins de uma rua, numa casa que hoje não existe mais, na cidade onde resido. Hoje, no lugar, há uma avenida e minha antiga casa foi incorporada a ela. Lembro-me que subia a minha rua, virava a esquerda e direita para ir à casa de um grande amigo que tenho até hoje.

Nesta época, do alto dos dezessete anos, com nossas inquietudes e nenhuma grana no bolso, ficávamos debatendo assuntos diversos e ouvindo música. Isso era um “grande evento”. Aquele monte de moleques ávidos por descobertas da vida, ainda nos tempos do LP.

Nesta época, lembro que saia da minha casa para ir à biblioteca municipal apenas para estudar sobre assuntos que tínhamos interesse e às vezes mínimo acesso (bem diferente de hoje..tudo na ponta dos dedos...rs). Saber algumas coisas, não era tão fácil quanto hoje, visto que não havia internet. Porque tudo chegava aqui com atraso ou não havia acesso fácil.

Lá na casa deste meu amigo, era papo e música..Até um dia em que vejo uma capa preta e cinza com um carro pegando fogo..Aquela imagem pra quem tem 17 anos é emblemática. O que haveria dentro daquela “bolacha”? Qual seria a mensagem?

Nessa época trabalhava como Office-boy, aquela “ocupação do século passado” e que hoje não existe mais. Pelo menos naqueles moldes. Então rumava pro centro da cidade com minha fita AFS 60 pra pagar pra gravar aquela preciosidade que não tinha a mínima condição de comprar. Aliás, nem toca disco tinha em casa. E buscava na outra semana pra ouvir.


Jello Biafra me ensinou coisas importantes. Seu instrumento de comunicação era a música. Mas o que tudo aquilo me ensinou, talvez não tenha nada a ver com o provável objetivo dele. Uma das coisas que “aprendi” foi desenvolver a minha própria identidade, saber que todo ser humano é importante e deve ter o seu próprio raciocínio sem se deixar levar pela maioria. A maior lição disto tudo está na frase “faça vc mesmo” que determinou o caminho das bandas de punk rock no início e que vou acrescentar para os dias de hoje. A importância de ter sua identidade, não se deixar levar pelas campanhas e consumismo que somos bombardeados todos os dias. Ser um “universo autêntico”, não se render aquilo que vou chamar aqui de “modernistas do comportamento padrão”, que defendem idéias que desvalorizam as boas relações humanas, ser mais um colaborador para as “inhacas” do mundo. É o carro com som alto na rua pra todo mundo ouvir, são as atitudes “espertas” utilizadas neste mundo já tão difícil de “participar”. Cultive as boas amizades. Aquelas que vão te fazer aprender alguma coisa, o respeito ao próximo. A fraternidade ainda vale à pena ! Esse país precisa crescer e temos que dar a nossa pequena contribuição como cidadão neste grande universo. Seja vc mesmo ! 

Eric Reed Boucher (Boulder17 de junho de 1958), mais conhecido pelo nome artístico de Jello Biafra é um cantor e compositor de punk rock e ativista políticoamericano, ex-vocalista da banda Dead Kennedys.

* Dedico este texto ao meu amigo da casa citada no texto: Silvio Braga dos Santos