domingo, 19 de julho de 2015

Viaje em Cinco Minutos - Vila de Paranapiacaba

Como é de praxe, em nosso próximo programa faremos uma pequena incursão histórica, num lugar por qual tenho grande admiração, porque foi uma das maiores descobertas da minha vida de jovem que se aventurava a conhecer novidades, num tempo em que não havia celular e os poucos telefones fixos residenciais, chegavam através do famoso plano de expansão da Telesp. Eu dizia em casa, vou acampar ali e volto já...e sumia por três dias, coisa impraticável no mundo violento de hoje. (assista ao programa: clique aqui)

Este local, foi um acampamento operário de 1861, que se transformou numa vila, que serviu de base para operações, para a mais lucrativa estrada de ferro que houve neste país. Além de ser uma das maiores obras de engenharia ferroviária do mundo, por transpor um desnível de 800 metros de altura, numa distância de 08 kilômetros, solo instável, sujeito a neblinas repentinas, chuvas fortes, sem explodir uma dinamite sequer. Como curiosidade, também foi cenário de filme "Doramundo" de 1978

A história da vila está intimamente ligada à construção e operação da estrada de ferro São Paulo Railway ou a Inglesa, como era conhecida. E claro, assistiu todo o crescimento da economia cafeeira. Para que vocês tenham uma idéia, calcula-se que entre 1890 a 1930, tenham passado por lá, 450 milhões de sacas de café de 60 kg. Não é impressionante ? 

A SPR ficou com uma concessão para operar na estrada e manteve a vila por 80 anos. A partir de 1946, essa concessão terminou e a União encampou suas operações. Posteriormente, o Brasil passou a investir maciçamente no transporte rodoviário, a partir do segundo mandato de Getúlio e também no governo JK. Isso foi determinante para que a malha ferroviária começasse a entrar em decadência. Os investimentos foram diminuindo, diminuindo e...analise o cenário atual.

Hoje, ela não lembra nem de longe os tempos áureos, mas por conta da sua importantíssima história e potencial turístico, deveria ser tratada com mais carinho. Ainda bem que existem voluntários e instituições como a ABPF - Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, que entre inúmeras atividades relacionadas ao transporte ferroviário, cuida deste patrimônio, nem sempre com os recursos necessários, já que não recebe qualquer ajuda governamental. E os Festivais de Inverno que hoje são realizados pelo município ao qual pertence, movimentam, trazem alegria e vida para um dos mais importantes locais do estado.  

Alguns dizem que existem projetos de revitalização e torço para que realmente isto aconteça de fato. Que os moradores tenham a possibilidade de melhoria da estrutura atual, afinal deram sua força de trabalho e vida num local emblemático para o desenvolvimento da economia paulista.

Enfim, aguarde o programa em nosso canal no youtube, pois creio que será uma viagem no tempo. Peço a você, caso, caso tenha gostado, para que seja membro do blog, sugira aos seus amigos, nos acompanhe pelo canal no youtube. Isso nos incentiva a continuar criando, mesmo diante das dificuldades de manter um espaço com este objetivo. Obrigado !
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domingo, 21 de junho de 2015

Escolha seu caminho...

Não acreditava no que estava presenciando. Inicialmente, pensava que estivesse sob o efeito de psicotrópicos. Depois caiu na realidade, afinal não era usuário de nenhum instrumento deste tipo. Certo que aqueles anti-inflamatórios, com certa mistura poderiam até dar algum "barato". Mas não era o caso. Cerrava os olhos, mas não estava enganado. Estavam ali de forma quase imperceptível. Já escutara isso no passado, mas nunca acreditou que um dia isso realmente pudesse ocorrer.

Pensou como passara a vida. Havia trabalhado para um certo deputado. Negociatas a qualquer preço. Dez anos antes, participou de uma briga dentro da câmara dos deputados e agrediu a outro colega por conta de sua discordância política. Não satisfeito, elaborou uma emboscada para assassiná-lo, após sua turma perder uma votação para aprovação de uma obra em que empresas participariam numa licitação maquiavélica, com o intuito de roubar os cofres, superfaturando os preços.

No mesmo período, sua mulher o citara numa delegacia com base na Lei Maria da Penha. Havia se cansado de tantas agressões físicas. Mas nunca havia se preocupado com isso, porque era um cara extremamente bem sucedido e o delegado era seu amigo de longa data. Ou seja, tinha a certeza da sua impunidade.

No outro canto da cidade, num hospital psiquiátrico, outro já dera entrada. Tomava remédios fortes, via seu império ruir como um castelo de areia. Dizia que não conseguia dormir, estava vendo coisas, pessoas que falavam com ele e lhe cobravam posições sobre suas canetadas. Ficou três meses assim até que sofreu uma parada cardíaca. Cinquenta anos, fumante, frequente consumo de álcool e sedentário, não resistiu.

Paralelamente, outros também iam chegando com os mesmos sintomas. “Sei das minhas responsabilidades, doutor. Os remédios de nada adiantarão. Em determinado momento, perdi a mão, entrei na roda gigante para conseguir os meus objetivos. Perdi o bom senso e abandonei minha consciência. É um reflexo do que escolhi”. 

É verdade, cada um constrói o seu quadro de acordo com suas obras e inspirações.
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sábado, 23 de maio de 2015

Pra quem tem fé !


Havia caído numa vala e estava desacordado. Ao abrir os olhos, ainda meio tonto, tentou se localizar no ambiente. Via bolas e riscos brilhantes passarem por cima da sua cabeça naquela imensidão azul profundo. O braço estava com um corte profundo que sangrava. A respiração misturava-se com algo líquido que aquela altura, não sabia bem o que era. Uma dor constante, músculos paralisados sem muita reação. Cambaleando, tentava sair do buraco deixando o rastro rubro. Percebia que alguém se aproximava e tentava se distanciar. Não conseguia, não tinha forças. Passou a se arrastar vagarosamente buscando encontrar algum abrigo. Pensou em desistir. Para que aquilo? Não havia sentido. 

Enquanto isso, a cabeça maquinava. A esta altura, não havia lágrima de qualquer natureza. A visão embaçada, sem forças, realmente não havia outro jeito, era melhor desistir. 

Lembrou de uma passagem do livro antigo hebreu: "antes que te formasse, te conheci e santifiquei", foi quando aquele ser com espada, o jogou nas costas numa ventania tão forte que não se enxergava um palmo a frente. 
"Não, ainda tens muito o que fazer !"

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sábado, 25 de abril de 2015

Ficção Cientifica ?

O homem estava reunido na mesa com aquele grupo de pessoas há mais de duas horas. Lá fora, pessoas chacoalhavam o portão e entoavam gritos de ordem. A guarda nacional, como sempre, fazia seu papel, protegendo o reinado e distribuindo bombas de gás aos mais "dispostos" à frente da sua linha de defesa.
Também, pudera. A cidade derreteu como geléia, faltava água, "carroças públicas" de transporte pararam. As escolas ficaram vazias, porque não havia como fazer a comida para os alunos. Semáforos não funcionavam por falta de energia elétrica. Milhares de veículos ao mesmo tempo naquela avenida, conduzidos por motoristas embriagados de raiva. Não dava pra virar "à esquerda, nem à direita". Um buzinaço daqueles, num calor de 38 graus. Nas prisões, um grupo dominante resolveu realizar uma rebelião, exigindo melhores condições ao estado.
A Guarda Nacional mais uma vez, foi chamada para dar fim a contenda, porém, um grupo de direitos humanos pôs-se entre a porta de entrada e os amotinados. Até que um deles, recebeu um golpe na cabeça, sabe-se lá de onde e assim deu início a mais uma confusão.

Trinta pessoas foram parar no hospital, sem remédios, nem doutores, estes presos no trânsito. E para completar, os equipamentos do hospital não funcionavam.  

Diante disto, convencionou-se que as pessoas sairiam as ruas para pedir providências. Primeiro, eram cinquenta, depois cem, na outra semana quinhentos e logo uma multidão. Os órgãos de segurança assistiam aquilo com preocupação. Eram católicos, protestantes, umbandistas, judeus, muçulmanos, budistas, rosacruzes e demais filosofias existentes. Não havia divisões, nem razão para discussões desnecessárias. Era o jogo da sobrevivência.

Agora, a conta havia chegado e todos teriam que arcar com estas consequências. Os recursos naturais em seus últimos suspiros e viria a tona, o mapa da destruição. Alguém lembrou que num passado, não tão distante, perdia-se a vida simplesmente por ter opinião. É, desta vez fomos longe demais ! " Qualquer semelhança é mera coincidência...
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Agradeço ao chargista do desenho acima e aviso que utilizei apenas para ilustrar o texto sem qualquer pretensão comercial. Se não concordar, posso excluir a ilustração a qualquer momento.
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sábado, 28 de março de 2015

Não deixe para amanhã...

Bateu no portão e aquele cheiro de café quente chegou como um vento suave. Parecia que a fumacinha do bule estava embaixo do seu nariz. Sorridente, caminhou até o final do corredor daquela casa antiga, sendo recebido por aquele "mar de plantas" na parede crua, ainda sem acabamento. Largou a bolsa na mesa da entrada da casa e entrou. 

Sentou no sofá, enquanto a sua avó contava histórias do sítio do irmão, no interior da cidade de Tobias Barreto. Lembrou que um dia esteve lá, no mesmo sítio, colhendo cajus e chupando laranjas no pé. Nesta época, devia ter uns onze anos. Sentado no sofá, a voz dela foi sumindo, ficando mais longe, sumiu... Não havia gostado muito daquela viagem por conta das diferenças na alimentação. Muita comida estranha, coisas que nunca havia visto, nem provado. Era cajuína, bolo feito com uma farinha diferente, clara e úmida, ovos com um fubá no café da manhã e outras especiarias locais. Mas, havia uma coisa que realmente chamava a atenção. Os sapos ao anoitecer. E não eram comuns, eram bichos de pelo menos um quilo cada. Apareciam aos montes, achava engraçado, mas tinha medo de andar no escuro e pisar num deles. Eram escuros e se misturavam a cor da noite. Onde se escondiam durante o dia ? 

Naquela região, fazia um calor infernal e a pergunta sempre ficava. Onde eles estão? Procurava nos pés de milho, encostados na cerca do vizinho e nada. Atravessava a rua num terreno na frente, cheio de mato e nada também. Que mágica era aquela ? Como eles faziam para suportar aquilo?  Então, ficava a espreita, esperando chegar sete da noite, mas nem era preciso. Bastava escurecer um pouquinho e aos poucos eles iam dando sua cara. Uns maiores, outros menores, barulhentos, marrons. Uma sinfonia de "instrumentos de sopro", sax tenor, barítono, para todos os gostos. Lembrou que completaria quase 50 anos e não encontrara a resposta. E claro, os sapos e a avó não podiam mais lhe responder tal dúvida.
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sábado, 14 de fevereiro de 2015

Viaje em Cinco minutos - Museu do Café de Santos

Em nosso próximo programa (clique aqui), contaremos um pouquinho da relação entre um produto e um país. Faremos uma incursão no Palácio Oficial do Café ou Museu do Café, localizado na cidade de Santos, litoral do estado de SP.

O café foi responsável por grande parte do desenvolvimento econômico do pais. Inúmeras cidades, construções que surgiram em torno destes locais onde teve forte presença. Ferrovias foram idealizadas em função da necessidade de escoamento de sua produção. Cidades e regiões nasceram e quase morreram, enquanto seu ciclo esteve em alta. A própria estrada de Ferro São Paulo Railway, ou Santos Jundiaí, idealizada pelo visionário Barão de Mauá é um exemplo disto. Uma máquina de lucratividade, capacidade de transporte de café e passageiros do interior do estado ao Porto de Santos.

Se você tiver curiosidade e pesquisar as entrelinhas da história, verá muitos mais dos cenários descritos. Mas, o Brasil mudou bastante, infelizmente deixou de investir nas ferrovias, que até hoje é o transporte mais barato, eficiente, outros produtos e indústrias surgiram, dividindo um pouco do "peso" que o café carregava. Além de café, o museu é um destes locais para apreciadores de história. Foi construído em período áureo e de grande ciclo comercial do produto. O visitante encontrará um interior todo reformado, com toques de interatividade, que o auxilia a compreender um pouco do universo, mantendo as tradições que envolvem a sua cultura.

Conta ainda com uma bela cafeteria. E para aqueles que pretendem ir um pouco além, cursos de barista e outras especializações do segmento.

Conclusão: Se você gosta de história e tem paixão por café, como eu, sugiro que visite o local. Enquanto você faz sua programação, pode começar assistindo ao nosso programa "Viaje em Cinco Minutos" em episódios anteriores em nosso canal no youtube.

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terça-feira, 13 de janeiro de 2015

E agora...pra onde vamos?

Isto é um desabafo. Deve ter mais ou menos uns quinze dias de vida "fritando" na cabeça. Confesso que tentei deixá-lo de lado, mas não tem jeito, brasileiro é mesmo fadado ao sofrimento. 

O "Grande Arquiteto" nos deu tantas coisas belas, não temos catástrofes naturais regulares, temos praias maravilhosas, etc. Mas, não podíamos ficar imunes e tínhamos que ser premiados de alguma forma pela criação do homem. Esse sim com um poder de incrível destruição. Então para compensar, tínhamos que ser a fábrica de "políticos da pior espécie". 

Creio que a grande maioria esteja acompanhando as notícias sobre o país, visto que toda hora a tv nos faz relembrar. Um dos agentes deste cenário cravou que não se faz obra no país, sem corrupção. Poderia ser mais um ato de desespero, da busca pela sobrevivência, de uma saída para a cadeia, de quem não sabe nadar e está numa piscina funda.

Mas, infelizmente, tenho quase certeza que isso é a pura verdade. O “óleo” está vazando em toda parte e olha que ainda não foram divulgados nem metade dos nomes desta gente. Um colunista recentemente afirmou, especificamente sobre o tal caso, que a corrupção na referida empresa vem desde os tempos do nosso antigo Presidente Filósofo. Aquele do partido anterior, que agora está se fazendo de louco e indignado, como se o pessoal do “bico amarelo” nunca tivesse se envolvido em casos desta natureza. 

O tapete está apenas com uma ponta levantada e o pessoal la do meio, fazendo um esforço danado para baixá-lo. Se isto continuar, talvez não sobrem dois ou três canalhas fora do negócio. E como será? Vão perder o poder...Meu Deus ! E empresa que era a menina dos olhos? E os investidores que colocaram o dinheiro neste trem desgovernado? E a economia e credibilidade no exterior? Ah...chega né.

Olha...vá praticar seu esporte, beijar sua filha, filho, mulher, marido, amigo. Vá passear no parque, porque a nova equipe econômica vem aí...mas os atores são os mesmos de sempre. Vou parodiar uma piada ridícula de velha, mas que cabe bem para o momento. Numa cidade, dizem que havia um deputado local que entrou bêbado no congresso e disse: "Aquele que é corrupto passa pra direita e os larápios ficam a esquerda ! " Um outro, que tinha alcunha de ser da oposição, gritou: "Peraí, Excelência, eu não sou corrupto !" Ah tudo bem, então passa pro outro lado.!

Para você que está lendo, desejo um 2015 com muita saúde e prosperidade !
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